O cemitério de carros



Eu preciso te contar um segredo, é algo sobre mim. E olha que eu não costumo falar sobre mim assim com alguém que eu não conheço.
É que do nada, em um dia que parecia ser como todos os outros, eu abri a janela e olhei lá fora no quintal e o dia parecia tão lindo! 
Eu passara semanas e mais semanas chorando por conta das feridas que deixaram no meu coração, achei que não haveria outro jeito. Mas naquele momento, eu quis que o meu dia não fosse mais um daqueles em que passei em cima daquela maldita cama com tudo fechado, olhando para o nada e contando o tic tac do relógio a cada segundo.
Quis voar.
É eu sei que é loucura, ninguém pode voar. Mas era o que eu queria. Queria me sentir livre e viva ao mesmo tempo.
Aumentei o som com aquele meu cd favorito, entrei na banheira e senti a paz que alguém no universo queria me transmitir. Nada como um banho demorado!
Escolhi aquele meu velho e companheiro jeans e um salto vermelho que eu adorava e só usava em ocasiões especiais.
Fui a minha garagem e lá encontrei a minha amiga que passeava comigo por aí quando eu era uma criança, e foi nela que eu quis correr por aí: a minha bicicleta.
Já esteve alguma vez pedalando uma bicicleta sobre campos lindos sem as mãos? Sabe qual é a sensação?!
É a melhor sensação do mundo!
Aquele vento tocando meu rosto junto com o calor do sol me ofereciam uma vida muito mais magnífica do que a que eu tinha levado por tanto tempo.
Como é que a gente não repara nessas coisas normalmente, e precisa que algo ruim aconteça pra dar valor?
Ah! Eu estava feliz como nunca antes e para completar queria ir a um lugar que era o meu favorito desde pequena.
O cemitério de carros!
Eu ia sempre com o meu pai lá, a gente entrava nos carros e ele inventava mil histórias. Nós conhecemos o mundo todo sem sair de lá. E um daqueles carros era o meu favorito, o fusquinha rosa.
Lembro-me como hoje, meu pai disse que iríamos para o Hawaí, e me mandou escolher o carro que dirigiria até chegar lá. Entrei no fusquinha e "dirigi" por uma hora no meio de mundos encantados até chegar lá e ficar vislumbrada com aquelas ondas enormes. Imaginava eu que daria para atravessar os oceanos por um carro. Ah infância!
Sentei diante do meu carro e fiquei ali aproveitando um pouco mais daquele dia que tinha me convidado a sair com ele pelo meu passado e pela felicidade que sempre esteve comigo.
É, aquela era sim uma ocasião especial.
Pareço boba pra você? Hum... eu sou é feliz.





ps: e aí pessoal beleza? Esse conto que coloquei aqui é um conto que escrevi lá no meu blog o Música Poesia e Blá blá blá que gosto muito. Espero que gostem também!
Queria também aproveitar e agradecer os comentários e visitas frequentes aqui. Isso é muito bom e deixa todas nós da equipe muito felizes.

Um abraço a todos.

6 comentários:

  1. Ser feliz e o que importa :)
    E fazer cada dia valer a pena...
    Tantas vezes eu já tive vontade de voar, deve ser o paraiso ^^
    Eu nunca andei de bicicleta sem as mãos ate pq eu não sei andar de bicicleta, FATO' kkk
    Um fusca rosa quete levasse ao Havai, eu quero um.
    Belo conto *-*

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  2. Ser feliiiz é o melhor! Gostei muito do conto.. Sorte!

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  3. A vida é uma ópera
    Cada dia uma melodia...

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  4. adorei esse texto.(conto).
    Muito bacana, to seguindo seu blog

    beijosss

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  5. Que continue.
    Coisa simples é lindo e existe muito pouco.
    Caio F.
    Te sigo aqui e no twitter: @Lilian_rocha_
    Beijos!

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  6. Que lindo seu blog, adorei passar por aqui =]
    "Eu sou é feliz" é a frase que mais se encaixa no meu jeito. Muito bom o texto..
    Obrigada por passar lá no blog e deixar um comentário. Voltarei por aqui e vou recomendar seu blog por lá...
    beijos!

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